
Uma observação que sempre concordei foi dita pela professora Salete Cordeiro em sua atividade com uma das disciplinas na universidade. “Os educadores são os melhores”. É claro, não foram exatamente essas as palavras, mas justamente isso que se deu a entender. Até recebi um pedido de desculpas, uma vez que, ‘entrona’, estou eu em uma sala de aula do curso de pedagogia, buscando, entre outras coisas, entender o ritmo da educação para poder ligá-la diretamente com aquilo que faz parte de mim: a comunicação.
Pois bem. Concordo mesmo com essa Expressão. Os educadores são os melhores. E concordo com todas as discussões que vieram a seguir, acerca de uma mudança no sistema educacional, e que esta deve, primeiramente, vir das bases de formação de um educador. Dentro da universidade, formar a consciência crítica (o primeiro passo) e sacrificar-se fora dela pela concretização da educação mais justa sempre discutida entre as paredes das salas com tantas colegas (o segundo e mais importante).
Toda essa concepção, por mais romântica que pareça ser, ainda é a mais desejada. Construir uma educação básica qualificada, justa. Fugir do modelo tradicional, solucionar os problemas com a ajuda da desordem que hoje as novas tecnologias nos trazem. Essa desordem nos possibilita criar inúmeras formas diferentes de compartilhar e construir conhecimento. É como diz Bonilla, nas suas discussões sobre a práxis pedagógica, ao afirmar sobre os novos modos de vida que vêm a partir do desenvolvimento técnico-científico: se já não me resta perder tanto tempo para construir as coisas, porque não aproveitá-las para produzir aquilo que está ao meu alcance: cultura, educação, ciência, tecnologia?
Se estamos ainda na sociedade caracterizada por Bonilla como reprodutora do modelo hegemônico, fechada à exterioridade, com seus discursos pouco dialógicos, este é o momento. Repensar as bases de formação, exercer a consciência crítica ao analisar os modelos vigentes, construir após discussões calorosas o que pode ser caracterizado como melhor modelo educacional, pensar, concretizar, produzir. Afinal, não a toa são ‘os melhores, os educadores’.