sábado, 26 de junho de 2010

Destinadas ao Sofrimento?

Não é fácil entender o universo feminino. Até para as próprias mulheres isso pode ser dificílimo. Mas para argumentar, é necessário entender até que ponto alguns comportamentos são gerados por conseqüências físicas. Para isso, decidi fazer uma pesquisa sobre as questões de saúde, e quando estava lendo sobre a TPM, me deparei com uma frase assustadora: “sintomas físicos e psicológicos que podem ser tão severos que interfiram significativamente na vida da mulher”. O que pode se tudo isso?

Tensão Pré-Menstrual;
Para os homens: Temporada Proibida para Machos

Ao ler que a TPM é um distúrbio neuropsicoendócrino, fico, na minha possibilidade de jornalista, tentando traduzir o que isso significa. Talvez não seja tão difícil: levando em consideração que ‘neuro’ está relacionado aos estudos do sistema nervoso, cérebro etc, o ‘psico’ aos estudos de comportamento e o ‘endócrino’ relacionado às glândulas produtoras de hormônio, percebemos que a TPM está envolvida num conjunto grande de coisas.

Se isso é fato, não é pouca coisa que acontece. Em se tratando de sintomas físicos, o mais comum, creio eu pela minha experiência como mulher, é a sensibilidade das mamas. Em algumas mais, em outras menos, aquilo que parece ser tão desejável aos homens num lindo decote, é para nós um fardo, em tempo de ser arrancado. Dor de cabeça nem se fala... Para completar, sempre acontece aquela retenção de líquido, e do nada engordamos três quilos. Ainda assim, os problemas físicos não chegam nem perto dos problemas psicológicos, que trazem para nós um cansaço interminável, uma ansiedade terrível com muitas alterações de humor, incluindo muita raiva e até depressão.



Essas coisas simplesmente fogem ao nosso alcance. Não dá pra escolher se quer ou não que aconteça, e por isso é meio difícil que sem algum tipo de tratamento a mulher pare de desenvolver esses sintomas. É claro que algumas felizardas simplesmente não sentem nada disso, mas são minoria. Mesmo assim, algumas medidas podem ser de grande ajuda, e são aquelas que todo mundo já sabe, mas que poucas conseguem fazer: exercícios físicos regulares, alimentação saudável e um grande, enorme, treinamento cerebral, tentando não se entregar à tristeza ocupando a cabeça com diversas atividades...




Menopausa e Climatério

Como se não bastasse a vida inteira ter os vários sintomas da TPM mensalmente, ainda existe uma coisa muito pior: a última menstruação da mulher, mais conhecida por todos nós como a menopausa. Poderia ser até uma coisa feliz, do tipo “Meu Deus, que bom, nunca mais vou menstruar, nunca mais vou sangrar, que maravilha!”, mas não é assim que a coisa funciona.

A menopausa vai chegando com o climatério, que é justamente a passagem do período fértil para um não-fértil, ou nunca mais fértil. Ele tem duas fases, uma um pouco antes da última menstruação e outra depois dela. Essa síndrome toda não podia passar em branco, os sintomas são muito piores do que uma TPM aguda: ondas de calor com muita transpiração que podem ser extremamente desagradáveis, alterações de humor que podem levar a séria depressão e até perda de memória, diminuição do desejo sexual, aumento do risco de ter doenças cardiovasculares, e até osteoporose, a doença que diminui a massa óssea tornando os ossos frágeis e propensos a fraturas.


O que sobra para uma mulher na vida?

Se as mulheres passam por isso a vida inteira, é difícil acreditar que qualquer mulher possa ser feliz em tempo integral. Na verdade, no mundo que estamos hoje, cheio de violência, falta de amor e de afeição natural, ninguém vive com cem por cento de tranqüilidade e felicidade. Mas não podemos deixar de confirmar que a maioria das mulheres são injustiçadas em todo decorrer da sua vida.

Desde pequenas somos educadas a tomar conta das coisas de casa pra mantê-la limpa, arrumada. Isso não é nada demais, todo mudo quer estar num lugar limpo, cheiroso, agradável. Mas quando casam, muitas são obrigadas a tomar essa parte sozinhas.

É a realidade das mulheres de periferia: os maridos saem, vão jogar, beber, se divertir, olhar as mulheres bonitas, e quando voltam querem comida, roupa lavada e dormir. Se algumas querem desabafar algum problema, tem que falar com a vizinha. A mulher de dentro de casa não presta, a que presta é a fulana que ele conheceu no trabalho, porque ela é livre, é inteligente, não tem frescura, problema...

As vezes as mulheres podem dar a melhor criação aos seus filhos, mas o que recebem não é o que dão. Acontece que depois de velha, quando nunca teve tempo de cuidar de si mesma e perto da morte é que vai começar, pois é quando começam a aparecer os piores problemas de saúde, muitas mulheres ainda tem que voltar a cuidar dos filhos que dão prejuízo: alcoólatras, com câncer contraído pelo cigarro, acidente de carro por imprudência...

Tá na cara: é muito mais fácil ser homem. Quem me dera ser tachada de sexo mais forte só por ter mais massa muscular... seria tudo muito mais fácil. Mulheres: este mundo não vai melhorar... pensem mais em si mesmas, não se entreguem tanto sem ter certeza, pensem bem, nem sempre vale a pena ter filhos... pode ser uma posição totalmente fria e calculista, mas não deixa de ser realista.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Sempre suja!



É difícil conseguir se acostumar com o contraste que vemos em Salvador. Oriundos da capital do Estado da Bahia, o que ouvimos em outros estados quando vamos a eles e respondemos de onde somos é: "Salvador? ô terra boa!". Terra boa, sim, pode-se concordar em termos de beleza e cultura. Mas uma terra não tão bem cuidada pela sua população.

A quantidade de lixo nas principais estações de transporte da cidade, além das passarelas e praias, é uma coisa absurda. Não dá para aceitar que na estação iguatemi possa haver tanto lixo no chão perto de uma lixeira. Papéis de guloseimas, panfletos propagandísticos de empresas próximas ao local e até resíduos de alimentos vendidos por ambulantes instalados ali transformam o local num aspecto insalubre, e nos dá a sensação de estarmos mergulhando num rio de lixo. Mesmo assim, não parece que muita gente está incomodada.


Mesmo não fazendo parte dos concernidos a que Jürgen Habermas se refere, e que validam determinado discurso sobre certo assunto (nesse caso a discussão "jogar lixo no chão é uma questão cultural ou não?"), acredito que essa prática está enraizada na nossa sociedade baiana pela falta de maior esclarecimento sobre os riscos envolvidos na grande quantidade de lixo no chão. Em resumo, grande parte das pessoas talvez não reflita ou não possua nenhum conhecimento de que a proliferação do lixo em locais de moradia ou grande movimento de pessoas pode trazer grandes prejuízos à cidade, principalmente em épocas de chuva, quando as pessoas estão muito mais vulneráveis às doenças. Talvez os nossos jornais estejam espetacularizando o fenômeno de alagamentos, engarrafamentos e doenças em Salvador na época das chuvas, e esqueçam de ressaltar o grande colaborador para tudo isso, o lixo jogado no chão.

O jornal da reportagem abaixo fez uma teste em sete capitais brasileiras: os garis pararam de limpar um trecho de 1km em cada cidade, no horário comercial de um dia útil numa avenida movimentada. De todas, Salvador, que também foi campeã de sujeira nas praias em reportagem anterior a essa, foi a vencedora da sujeira em ambiente urbano. Nada bom...

sábado, 13 de março de 2010

Malhar o ano inteiro ou só para o verão?



Como primeira experiência de produzir um vídeo com câmera digital, aproveito para apresentar a vocês o vídeo "Malhar o ano inteiro ou só para o verão?". Foi uma produção minha feita em apenas dois dias, com o apoio da Academia Movimento Acqua & Sport do Cabula 6. Fiquem à vontade para discutir a estrutura e é claro, o tema! Vocês também podem assistir o vídeo no You Tube, clicando AQUI. Abraços a todos!

sexta-feira, 5 de março de 2010

E haja panfleto!!



Como se não bastasse o medo de atravessar a passarela da estação Iguatemi pelas suas condições um tanto precárias, a cada cinco metros andados nos deparamos com panfletinhos. É panfleto de todo tamanho, de toda cor e de toda propaganda. Roupa íntima, curso de inglês, de mensagens por telefone e cestas de café da manhã... Bastar pisar ali e já se vê as mãozinhas estendidas. Mas isso não é tudo. Experimente ir até o Salvador Card fazendo esse mesmo trajeto. Panfleto na frente do shopping, do outro lado da rua, na frente da igreja, panfleto, panfleto, panfleto... e de repente o mundo se tornou um panfleto!



É normal que os estabelecimentos, grandes ou pequenos, necessitem fazer propagandas dos seus serviços. O problema é que os papeizinhos não parecem ser a melhor das alternativas, se levarmos em conta que soteropolitanos, com raríssimas exceções, adoram jogar um lixinho no chão. A pessoa pega o papel, olha, percebe que não lhe faz sentido e simplesmente embola e joga no chão. Apenas uma pequena parcela daquele monte de gente que recebeu certo panfleto desenvolve interesse nele e guarda, o que não é nada perto de quem vai jogar fora, seja na mesma hora, seja depois, afinal, quem vai querer guardar lixo no bolso até chegar em casa?



Depois disso, com o chão já cheio de panfletinhos, "chuá!", cai a chuva. Entopem os bueiros, as águas não escorrem, e sem alternativa, se acumulam na rua, e aí já viu: transmissão de doenças, congestionamentos, avenidas inundadas, sufoco... De quem é a culpa? "Do governo!!!".

Antes que pensem alguma coisa, não estou querendo defender o governo. É claro que percebemos claramente a estrutura deficiente da nossa cidade, mas não dá para desvalorizar nem desconsiderar essa mínima estrutura que possuímos. Francamente, o problema da sujeira em Salvador é tão grave quanto o da violência!

Então, opte por não pegar os panfletos na mão dos entregadores e note o que acontece: muxoxo, cara feia... Mas não podemos julgar essas atitudes, já que o salário daquelas pessoas depende dos panfletos distribuídos, e ter uma grande quantidade deles em mãos e não conseguir repassar parece um tanto frustrante.

Tem outro tipo de panfletagem, e aí já não sei mais se é esse o nome, típica das grandes empresas de supermercado. Pessoas uniformizadas entregam aqueles papéis com os preços dos principais produtos pela janela do ônibus. Muita gente pega por pegar, "passa o olho" e deixa na cadeira. Depois o coletivo fica cheio de papel, e no final do expediente, tudo é recolhido na garagem e: lixo!

O que a nossa sociedade precisa entender, incluindo também as empresas que apresentam os seus produtos por panfletos, é que temos urgentemente que reduzir a quantidade de lixo que produzimos. Ainda que tenhamos os processos de coleta seletiva e reciclagem, ambos são muito escassos e não dão conta de tudo. Precisamos de atitudes de redução, afinal, papéis causam impactos no ambiente desde o momento da sua produção até o seu descarte.

Não sei quais outros tipos de divulgação poderiam ser utilizados por essas empresas, estabelecimentos etc, mas estas também precisam preocupar-se com as questões que envolvem as suas escolhas.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Férias...



"Férias: Decadência". Recentemente vi essa comunidade no orkut de um amigo, e no início achei que era bobagem. Depois de um tempinho, comecei a ver as coisas de outro modo. É ótimo estar de férias, poder aproveitar os momentos com a família, os amigos, sair, conversar, ou até mesmo curtir a nossa casa, já que com toda a correria do dia-a-dia, é o lugar em que menos estamos. O problema é equilibrar tudo isso com uma leitura diária de jornal que não seja a da página do Big-Brother Brasil ou do resumo das novelas, e com a assistência a programas um pouco mais instrutivos, que não sejam os horários nobres das grandes emissoras ou o Verão MTV...

Dificilmente nas férias conseguimos colocar em prática aquilo que planejamos na virada do ano. "Vou fazer, vou acontecer!". Se dependermos das férias, as coisas continuarão no mesmo lugar, e aí vêm aquelas frases típicas de nicks e subnicks: "Ano novo, mesma vida". Não estou sendo tão radical, nem criticando as férias. Pelo contrário, estou amando as minhas férias, passo 90% do tempo em casa, é maravilhoso, pois não sabia mais o que era curtir a minha casa, estar ao lado da minha mãe, acordar um pouco depois das 6 da manhã, arrumar meu quarto pra valer, curtir uma praia, ir pra academia bem mais disposta... O problema é que não temos disciplina conosco, não somos tão capazes de nos disciplinar, e acabamos deixando e deixando pra lá. Estamos acostumados a ser disciplinados por outros, e as coisas que nos fazem crescer, não fazemos com prazer, fazemos para cumprir um cronograma, pra atingir uma nota, coisas desse tipo.

As férias são um período maravilhoso, mas acho que para quem sabe realmente aproveitá-las ou programá-las, fica tudo muito melhor. Não perder o costume de ler algo construtivo, fazer programas que gostaríamos em alguma outra área que tenhamos habilidade, mas não conseguimos por causa do trabalho, da escola ou da faculdade... Não só curtir momentos, mas aproveitar cada oportunidade para um crescimento nosso. Isso é o que falta nas minhas férias. Estou desabafando aqui, porque estou me sentindo improdutiva, a palavra é essa. Acostumada com um ritmo intenso de estudo e trabalho, deixar de fazer tudo e parar no tempo das férias me deixou inerte... Mas eu já sabia que isso aconteceria. Já estava preparada... 


Enfim, cada um tem as suas férias o seu modo de aproveitar curtir... Pra cada um, as coisas se configuram de um jeito. A todos, boas férias!

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Sem título


As coisas são tão mais simples do que nós imaginamos... Se a gente não colocasse dificuldade em tudo, se a gente aceitasse mais as coisas do outro, se a gente não fosse tão egoísta... Se não vivêssemos a ponto de, em qualquer atitude, fazê-la para magoar aquelas pessoas com quem convivemos. Na verdade, só dizemos "não agüento mais" para aquelas pessoas que estão o tempo inteiro conosco, no cotidiano. Para as mesmas pessoas que estarão conosco caso alguma coisa muito ruim aconteça...

Às vezes eu fico triste. Às vezes, não! Quase sempre! Só não sempre porque dizem que o sempre não existe... É difícil ver as pessoas mais próximas a você vivendo sempre na mediocridade, fazendo coisas para apenas passar o tempo nas suas vidas... É tão difícil ver pessoas adultas com mentes adolescentes, bloqueadas, hipersensíveis. Percebo por alguma experiência que tenho, que é difícil para elas tentar melhorar as coisas. Quem sabe começar por si mesmo, sendo mais tolerante e tendo consciência de que as suas atitudes afetam as outras pessoas, e na maioria das vezes incomoda bastante. Depois, tentar pelo menos ser mais agradável, e ao invés de explodir por qualquer coisa, tentar entender o que realmente aconteceu para que aquilo ficasse daquele jeito, e normalmente esse jeito é o melhor que alguns podem fazer, mas por uma exigência excessiva e grande parte das vezes por ingratidão, o feito não agradou muito.

A única certeza no momento é que as pessoas, a maior parte delas, vive na superficialidade. A vida é isso aí. Ao mesmo tempo que dizem que é bela saem reclamando de tudo. Nada está bom, tudo dando errado. Mas tudo isso é conseqüência de atos, não é falta de sorte. Não dá pra esperar que a vida traga bons ventos. É a pessoa quem faz a vida, e os bons ventos virão se as boas plantações forem feitas...


terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Conviver não é fácil




Saindo um pouco do meu viés jornalístico-crítico, tão pouco trabalhado nesses últimos dias, nos quais eu mesma tenho me sufocado com tantas coisas para fazer, decidi expressar o que eu, observando nas horas que tenho passado em casa, percebo sobre a convivência familiar.


Conviver não é fácil, e isso não é nenhuma novidade. Mas o que me deixa mais angustiada é que vivemos e passamos por tantas experiências na vida (40 ou 50 anos são muitos anos de experiência), mas acabamos nos tornando ou continuando seres tão medíocres. Medíocres, me refiro ao sentido de se conformar em viver uma 'vidinha' mediana, de ficar reclamando a cada dia da situação e da falta de dinheiro, de discutir com o cônjuge por motivos que nem um casal de jovens namorados discutem e não tentar fazer nada para melhorar esse desconforto.


Não defendo o fato de que para se ter uma vida satisfatória é necessário ter tanto dinheiro (apesar de que isso deve ajudar muito, não posso afirmar porque não tenho), mas é necessário pelo menos termos a consciência de que, se escolhemos um companheiro para conviver, viver, é porque de fato desejamos em algum momento que isso acontecesse, e que agora, na convivência, é o momento de fazer valer à pena por isso ter acontecido. 


Alguém errou? Magoou? Se a pessoa reconheceu os erros, merece uma segunda chance. Mas concordo com o que uma amiga me disse recentemente: Uma segunda chance deve ser dada de forma limpa! Se você decidir perdoar, não adianta passar o erro na cara mais tarde. Perdoou, tá perdoado e pronto! Morreu ali! Se você já sabe que vai ficar remoendo e remoendo e enchendo o saco e sofrendo e mais não sei o que, melhor desistir de vez, partir para outra, mas com a consciência de que é horrível não ter segundas chances, e que mais tarde pode acontecer com qualquer um, afinal, "Herrar é Umano"!


Sejamos filhos, pais, cônjuges, tios, primos, avós... dividir as coisas é difícil, compreender as necessidades do outro é difícil, ouvir os outros é difícil, aceitar as outras opiniões é difícil. Tudo, tudo é difícil em família. Então, o que fazer para se ter uma família feliz? Deve ser complicado, mas não impossível.



Há algumas semanas, li uma das revistas mais lindas de toda a minha vida. Chama-se "Segredos de uma família feliz". O resgate de alguns valores como o comprometimento, as prioridades certas, o respeito e principalmente sermos razoáveis são tão simples requisitos que podemos reproduzir se não formos tão egoístas, e passarmos a pensar na felicidade daqueles que estão ao nosso lado, dia a dia, em qualquer que seja a circunstância. Vamos tentar amadurecer. Não custa tanto ser um adulto realmente adulto e um adolescente, na medida do necessário, responsável. Não há nada demais em tentarmos valorizar as nossas famílias e melhorar a convivência entre os seus membros.

domingo, 8 de novembro de 2009

Direito Ambiental e Jornalismo Ambiental - Tudo em três minutos


Estava pensando em escrever sobre Educomunicação, uma área que descobri ter verdadeira paixão. Mas assistindo a uma reportagem do Jornal Futura sobre Direito Ambiental, lembrei da minha amiga Eliana Fer nandes: Bonita, inteligente, um pouco 'braba', estudante de direito, futura delegada.


Em canais como o Futura existe uma abertura grande para abordagem de matérias não factuais, ou seja, dá para produzir material muito diversificado sobre qualquer tipo de tema, além de destacar acontecimentos, problemas ou outras coisas que não tem lugar nos jornais principais. Essa matéria de Jornalismo Ambiental trata da interdição do aterro sanitário de uma cidade chamada Mairinque, no interior do Estado de São Paulo. É uma reportagem curta, mas muito clara, e aborda com competência todos os aspectos necessários para que o espectador, leigo como eu, entenda quais problemas estão envolvidos e sob o ponto de vista jurídico, quais as providências que podem ser tomadas mediante a situação, visto que um Estado não pode ser algemado nem levado para a cadeia no porta-malas de uma viatura.


Para explicar sobre isso eles chamaram a advogada fundadora da Associação dos Professores de Direito Ambiental no Brasil, e eu me lembrei logo de quem? A questão é que estou acostumada a ouvir Eliana nos papos informais, só contando os casos e compartilhando as resenhas (risos). Fico imaginando quando ela trocar a conversa informal pelo discurso todo cheio de pompa dos advogados brasileiros. Quem sabe ela não sai no Jornal Correio*, tipo a Delegata que foi até manchete no principal dia do jornal: domingo! Virou até febre porque ela se tornou a chamada 'potencial fonte' do jornal Correio*.






Para quem tiver interesse, basta assistir o vídeo da matéria. Vale à pena, é muito interessante. Observem os discursos das fontes, as imagens feitas pelo cinegrafista, e até a narração do jornalista. Critiquem, falem... As reportagens não podem ser avaliadas somente pelos jornalistas...




Obs: não sei porque tantos erros de formatação no blogger, mas não vou ficar estressada com isso... Bom domingo!

domingo, 1 de novembro de 2009

Pós-feriado, a vida continua... E as inquietações também!

Depois de um feriado prolongado, como sempre, nunca sei por onde começar. Durante o fim de semana fico totalmente off das atividades da faculdade, e sem sombra de dúvida isso me traz leves prejuízos. Mesmo assim, continuo fazendo a mesma coisa, acho que não tem nada demais dar um chega pra lá em algumas coisas quando se passa o ano inteiro estudando.

Tem uns cinco dias que eu não passo por aqui. No primeiro semestre aprendi muito sobre a blogosfera, e duas coisas não me saíram da cabeça: 1. Quando fazemos um blog estamos escrevendo para o mundo; 2. Um blog precisa ser regularmente atualizado, porque senão, já foi... Então antes que atrase mais, e a minha tentativa de escrever sobre tudo vá por água abaixo, vamos lá...

Nessa segunda estava assistindo o Bom Dia Brasil na Rede Globo de Televisão, aquele jornal em que Renato Machado e Renata Vasconcellos apresentam sentados em uma poltrona, acho que para dar uma sensação de que estão mais próximos do telespectador, conversando com ele. Enfim, não entendo muito disso, mas funciona... Particularmente, acho um jornal muito bom. A qualidade do cenário, da apresentação dos jornalistas, tudo é impecável, não podemos contestar sobre isso, de fato. Pena que com o horário de verão, logo depois vem o Jornal da Manhã, que já é local, com Kátia Guzzo, e a gente nota uma diferença contrastante na qualidade do trabalho...

Voltando ao assunto... Estava assistindo O Bom dia Brasil e começou um matéria muito interessante: "Animais estranhos visitam ruas no interior de São Paulo". A matéria tratava de animais silvestres que estão aparecendo nas ruas de algumas cidades do Estado de São Paulo porque o seu habitat está sendo destruído pelas construções da cidade. O link do Globo Vídeos é esse aqui, vale a pena assistir, a matéria só tem dois minutos:


Todo o contexto foi colocado na matéria: os animais visitam as cidades porque ali era uma parte do seu habitat, agora invadido. A atitude dos moradores de chamarem órgãos ambientais para capturar os animais e levá-los de volta à mata está correta, isso de fato tem um certo valor. O problema é que não dá pra tapar o sol com a peneira. Capturar os bichos para levá-los de volta à mata e não manter muito contato com eles para não transmitir doenças NÃO é a questão principal. A questão é: ATÉ ONDE VAMOS ADENTRAR O ESPAÇO DESSES ANIMAIS? Senti muita falta dessa vertente na matéria. Tudo foi abordado como se fosse uma coisa normal, mas não tem nada de normal. Onde está a palavra dos órgãos responsáveis pela preservação do ambiente dos bichos em contraste com a palavra dos responsáveis pelas grandes construções que engolem a mata? Será que o destino desses bichos é viver no zoológico? Destruímos tudo, fazemos casas enormes e construímos zoológicos para os bichos... Lá eles estarão sob cuidados especiais etc etc etc... Mas isso não funciona!

Sinceramente, tenho muitas dificuldades em propor soluções para este tipo de problema. Um problema coberto, tampado, é só prestar atenção na matéria e ver que nem se fala sobre isso... Mas uma reflexão já vale, e muito...


quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Sem criatividade, mas com muita vontade


Decidi criar esse blog porque parece que estou dando um tempo. Um tempo de várias coisas, de toda a agonia, de toda a confusão, de toda a ansiedade e insegurança que têm perpassado esses últimos dias pra mim. Na verdade, tenho tentado ver as coisas de um modo diferente, de um modo mais 'jovem', como diz a minha mãe (rsrsrsrsrs). A verdade é que eu sempre achei que precisava exercitar mais a escrita. Apesar de ser estudante de jornalismo, ainda preciso melhorar em muita coisa, e uma delas é justamente o escrever sobre tudo, já que as minhas palavras em formas jornalísticas, por motivos óbvios, resume-se a ciência, tecnologia, educação e meio ambiente. Se formos parar para analisar, esses quatro itens estão impregnados em todos os setores das nossas vidas, e é por isso que escrevo com muito prazer sobre essas coisas. Mas a maioria das vezes, o que eu consigo ouvir é: 'você é a menina científica', ou então, 'você é didática demais'. Não tem importância. Na verdade, eu até gosto... pior aqueles que não tem característica nenhuma, que você olha e não consegue ver nada além de um rostinho.

Esses dias eu fiquei indignada com duas matérias que vi no jornal Correio. O que podemos observar depois da reforma no design é que eles conseguiram um linguajar mais xulo e, com toda certeza, muito cara de pau. Eles se autodescrevem como jornal popular, mas acho que 'xulo' e 'popular' são coisas totalmente distintas. Engraçado como as nossas mídias, até a mais próxima, um jornal que custa R$ 1,00 e que poderia nos oferecer uma informação de qualidade, são totalmente elitistas, chega a ser ridículo. O jornal do dia 27 de outubro trouxe a manchete do crack na Barra, principalmente à noite, com o aumento do consumo dessa droga. Mas o que me deixou mais perplexa, estupefata e paralisada foi a linha de apoio da manchete, que dizia nas seguintes palavras, fielmente copiadas aqui: "Droga do Calabar e da Roça da Sabina atrai viciados e inferniza a vida de moradores e turistas no cartão-postal da cidade". Socorro, meu Deus, essa imprensa tem que morrer!

Tudo bem, é fato que existe grande consumo de drogas na região, mas é uma pena que um jornal que alcança grande parte da população soteropolitana (infelizmente), seja tão tendencioso ao ponto de abordar dessa forma um assunto tão delicado. Com uma pequena reflexão nós já percebemos: Quem são os moradores do 'cartão-postal da cidade'? Pessoas de classe média. A vida deles está sendo infernizada por duas comunidades nas quais crianças sofrem em situação de risco, sem poder ir à escola, e aprendem desde cedo com os atos dos seus pais a conhecer um mundo criminoso por falta de opção. Eles morrem de medo de uma comunidade em que meninas adolescentes estão grávidas ou foram molestadas e não tem nada pra comer em casa... Não estou defendendo o tráfico nem o consumo de drogas, mas ressaltando que a fome tira a DIGNIDADE de qualquer pessoa. Chega um certo ponto em que não se sabe mais o que se está fazendo, só há a certeza de que precisa-se de comida. Por que não abordar o assunto de uma maneira diferente, mais contextualizada? 'Por que está acontecendo tudo isso?' 'Por que muitos escolhem o mundo do crime ao invés de vender picolé, ser baleiro ou qualquer coisa parecida?' 'Quais são as sugestões para as pessoas viciadas?' 'O que NÓS, enquanto sociedade, podemos fazer para melhorar a situação ao invés de ficar esperando uma decisão da polícia?' São perguntas simples, que uma matéria de menos de uma página e com uma publicidade gigante seria capaz de abordar.

No dia seguinte, 28 de outubro, a "Barra Pesada" foi novamente uma das matérias de capa, e dessa vez, logo no comecinho da reportagem, o repórter diz: "Todos os dias o comerciante João (nome fictício) acorda e sai de casa para ir à padaria às 6h. Para deixar o prédio onde mora, ele é obrigado a driblar os meninos de rua que dormem na calçada (...). Segundo ele, todos são usuários de crack, a droga que tomou conta dos cartões-postais do bairro, e adotaram o local como dormitório". Coitado do seu João. Sai do seu prédio de luxo com todo o nível de segurança para comprar pão e ainda é obrigado a ver criancinhas drogadas e que tomaram o espaço da sua rua para dormir, como se não tivessem mais nada para fazer nem uma casa para morar. Realmente, seu João vive uma vida muito difícil!


Precisamos refletir, é claro. Mas depois precisamos agir. Fiquei bastante chateada com isso tudo, mas preciso consumir esse tipo de informação todos os dias. Espero não desanimar e acabar repetindo o que fiz com a Revista Época: tomei pavor e deve ter uns dez exemplares ainda dentro do plástico aqui em casa. Esses dias a Editora ligou dizendo que o pagamento estava em atraso e que caso não fosse efetuado, seria cortada a distribuição. Eu dei um legal para o meu pai e disse: "Isso, painho, isso! Cancelemos e contenhamos as despesas!"